PAPO CABEÇA

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sábado, 10 de agosto de 2013

NÃO PODE LUTAR CONTRA NÓS MESMOS!!

 



Ele entrou no ônibus que tinha como destino um bairro periférico  na parte alta de Maceió,AL onde já não mais era permito respirar. O ônibus, lotado, carregava uma superpopulação malabarista, que com um corporal jogo diário – o tal jogo de cintura- buscava acomodar o cansaço do sábado, saído do trabalho.
Ele entrou no ônibus onde não era mais permitido respirar,  e além de uma mochila  que trazia nas costas, ocupava as  mãos , com um pacote molhado do frio, logo  depositado aos seus pés.
Em poucos minutos o assoalho do ônibus ficou inundado e o  cheiro forte traiu o sigilo da “mercadoria”. Era camarão.
A vizinhança no entorno do passageiro iniciou um onda de protestos, pelo cheiro que invadia o veículo, mas o tal protesto foi  logo silenciado por uma senhora que sentada nas últimas cadeiras, próximo a mercadoria se fez ouvir: E ele vai fazer o quê? Éle é igual a gente,  e como a gente tem direitos de carregar a feira dele no ônibus. Ou não tem?- Desafiava a sábia mulher encarando os agora-atônicos-quase-manifestantes.
E tem mais disse ela: -  A luta da  gente é contra os outros, os empresários, os donos dos ônibus. Não podemos lutar contra nós, mesm@s. Dito isso sentou em seu lugar e foi ,vigorosamente,aplaudida. O cabra que trazia os camarões agradeceu-lhe com um sorriso desdentado.
Desci do ônibus feliz pelo grau da consciência daquela senhora. Mudanças, né?
Por Arízia Barros (blog Raízes de África)

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

CHUPETAS PUNHETAS GUITARRAS


De Elisa Lucinda
 

Choram meus filhos pela casa
fraldas colos fanfarras
Meus filhos choram querendo talvez meu peito
ou talvez o mesmo único leito que reservei pra mim
Assim aprendi a doar
com o pranto deles
Na marra aprendi a dar mundo a quem do mundo é
A quem ao mundo pertence e de quem sou mera babá
Um dia serei irremediavelmente defasada, demodê
Meus filhos berram meu nome função
querendo pão, ternura, verdade e ainda possibilidade de ilusão
Meus filhos cometem travessuras sábias
no tapa bumerangue da malcriação
Eu que por eles explodi buceta afora afeto adentro
ingiro sozinha o ouro excremento desta generosidade
Aprendo que não valho nada em mim
Que criar pessoa é criar futuro
não há portanto recompensa, indenização
mesquinhas voltas, efêmeros trocos.
Choram pela casa e eu ouço sem ouvidos
porque meus sentidos vivem agora sob a égide da alma
Chupetas punhetas guitarras
meus filhos babam conhecimentos da nova era
no chão de minha casa.
Essa deve ser minha felicidade.
Aprendo a dar meu eu, aquilo que não tem cópia
tampouco similar
E o tempo, esse cuidadoso alfaiate, não me conta nada
Assíduo guardador dos nossos melhores segredos
sabe o enredo da estória
Vai soprando tudo aos poucos e muito aos pouquinhos
Faz eu lembrar que meu pai também já foi pequenininho
Que só por ele ter podido ser meu ontem
Só por ele ter fodido com desesperado desejo minha mãe
um dia eu existi.
Choram meus filhos pela Nasa onde passeamos planetas e reveses
Eu escuto seus computadores, eu limpo suas fezes
faço compressas pra febre, afirmo que quero morrer antes deles
assino um documento onde aceito de bom grado
lhes ter sido a mala o malote a estrela guia
Um dia eles amarão com a mesma grandeza que eu
uma pessoa que não pode ser eu
Serão seus filhos suas mulheres seus homens
Eu serei aquela que receberá sua escassa visita
Não serei a preferida.
Serei a quem se agradece displicente
pelo adianto, pela carona
de poderem ter sido humanidade.
Choram meus filhos pela casa
Eu sou a recessiva bússola
a cegonha a garça
com um único presente na mão:
Saber que o amor só é amor quando é troca
E a troca só tem graça quando é de graça.

UMA MUDANÇA REAL PARA TODOS...

     
              Falar de violência já se tornou algo banal e corriqueiro, principalmente em nosso dia à dia.
Estamos todos nós, vivendo um caos com uma força maior, coisa que não é de hoje, mas que, atualmente ganhou proporções enormes, e atingindo todas as esferas sociais.
          Pois bem, as injustiças existem sim, mediante de tantos acontecimentos que convivemos, de vários problemas sociais que existem, ficamos nós cidadãos comuns, a sustentar toda essa robalheira de dinheiro público bem diante de nossos narizes. O que vimos ultimamente através das manifestações foi um ato de coragem e de BASTA! Mas infelizmente em meio a um movimento com intensões sinceras e verdadeiras, existem aqueles que se aproveitaram para avacalhar e deturpar a imagem desse evento.

          Mas penso que nossa resposta seria muito mais eficaz se acontecesse nas urnas, um ato em coletividade de votos nulos, pois só assim teria a consciência de nossa indignação! Só que infelizmente a grande maioria da população ainda se ilude com as velhas promessas políticas, e acabam se vendedor por alguns.

          Acredito firmemente numa sociedade de cidadãos justos, com a valorização merecida, pode até parecer um sonho esse acontecimento, talvez não consiga Eu alcançar, mas na real, é o que desejo do fundo do meu coração, por tudo que já lutei e ainda continuo, simplesmente um futuro menos sofrido e mais dígno para todos sem distinção, não aquele sonho dos poetas, compositores e autores em suas obras de ficção, mas numa coisa real e concreta para o bem de todos, embora tenhamos que aturar alguns poucos desonestos.