PAPO CABEÇA

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

ACREDITE EM JAH!!!

           Quando você se levantou pela manhã Eu havia preparado o Sol para aquecer o seu dia, e o alimento para sua nutrição. Sim! Eu providenciei tudo isso enquanto vigiava o seu sono, sua familia e a sua casa. Esperei pelo seu Bom Dia, mas você se esqueceu. Bem, você parecia ter tanta pressa que Eu lhe perdoei.  O Sol apareceu, as flores deram o seu perfume, a brisa da manhã o acompanhou e você nem pensou que Eu é quem havia preparado tudo isso, Seus familiares sorriam, seus colegas o saudaram, você trabalhou, estudou, viajou, mas... Você não percebeu que Eu estava cooperando com você, e mais teria ajudado se você tivesse me dado uma chance.
         Eu sei, você corre tanto...  Eu o perdoei. Você leu tanto, ouviu muita coisa, viu mais ainda, e não teve tempo de ler ou ouvir a "MINHA PALAVRA".
         Eu quis falar, mas você não parou para ouvir. Eu quis aconselha-lo mas você nem pensou nesta possibilidade. Seus olhos, seus pensamentos, seus lábios seriam melhores. O mal seria menor e o Bem, muito maior em sua vida.
         Você trabalhou, ganhou dinheiro, não fez mais porque não me deixou ajuda-lo. E mais uma vez você se esqueceu de mim.
         Findou o seu dia. Você voltou para casa. Mandei a lua e as estrelas tornarem o cenário mais bonito para lembrar-lhe do meu amor por você.
         Eu sou alguém que todos os dias bate a sua porta e pergunta: Tem um lugar para mim na sua vida, no seu coração?
         Eu estou presente nestas linhas que você por curiosidade começou a ler.
         Eu sou JESUS CRISTO o Leão de JUDAH, quero simplesmente que você me aceite como amigo e seu Salvador.

               "Se com a tua boca confessares a JESUS como Senhor, e em teu coração creres que JAH o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo". (Romanos 10:9)

               Que a LUA de JAH Todo-Poderoso ilumine a vida de todos!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

POSTURA RASTAMAN



Saudações em Nome do Mais Alto JAH RASTAFARI que Vive e Reina por toda a eternidade do Alto do Monte Sião
No dia 12 de dezembro de 1960 O Rei dos reis, Haile Selassie I, desembarca com sua comitiva no Brasil.
Hoje, depois de quase 50 anos deste que Ras Tafari I esteve em visita diplomática por aqui, propomos uma reflexão sobre como seus ensinamentos são hoje tratados no Brasil.
Por todo o Brasil, de ponta a ponta, há homens que utilizam o nome de Sua Majestade Imperial (SMI) para os mais diversos fins e propósitos, não raro esses homens mancham o Seu Sagrado Nome sem nenhuma responsabilidade sobre as conseqüências dos seus atos.
Encontramos o Nome de SMI em sites comerciais, em nome de festas profanas, em letras de músicas bobas que passam por ‘reggae’, em camisetas e até cangas de praia, e aí vai. Nos shows de reggae o público profana com a boca o Seu Santo Nome com uma garrafa de cerveja em uma mão, um cigarro em outra e os olhos em alguma parte do corpo de alguma mulher mais próxima, sem nem mesmo saber o que significa a expressão “JAH RASTAFARI”.
É um profundo desrespeito que nós Rastas temos que conviver diariamente em função da desinformação e desinteresse do público do reggae com relação a Rastafari, como se fosse só mais um assunto de suas letras de músicas, que podia ser outro, como mulher, mar, sol.
Mas o que realmente causa preocupação não são essas pessoas que estão perdidas em meio às tentações e profanações da babilônia que vêem o Rasta como apenas mais um nome atrativo e lucrativo. O que é mais preocupante é a postura dos próprios Homens Rastas, daqueles que não só falam em Nome de SMI, mas se apropriam de Seu Nome como sua própria auto-identificação.
Antes de mais nada, queremos dizer aos homens que resolvem passar a se chamar de Rastafaris que tenham responsabilidade com o Nome que carregam. No momento que assumem esse Nome devem deixar para traz os comportamentos mundanos, os hábitos babiloucos, os apegos carnais, os vícios, etc. POSTURA RASTAMEN!
Para alguns homens, ser Rastafari é sinônimo de: cabelos dreads looks, o que não é a mesma coisa que ser um Homem Rasta, pois os dreads são apenas um dos componentes da fé, do movimento Rastafari, ter dreads não significa ter se tornado um Homem Rastafari.
O Homem Rastafari é um homem muito especial, tem uma percepção muito aguçada, enxerga além do que maioria vê, ele tem a beleza natural dada a ele por sua Mãe Omega e a inteligência e sabedoria de seu Pai Celestial. É muito talentoso, habilidoso, estudioso, forte, guerreiro, audacioso, e livre. Isso causa muita atração tanto de homens que querem andar com “o Rasta” como de mulheres que se sentem atraídas, na luxúria, pelo exótico rastaman.
Acontece, que muitos quando se deparam nessas situações acabam se deixando cair em tentação, se desviando do caminho reto e pecando na carne.
Não é raro os homens que enganam suas esposas, ou que mesmo levam uma vida promíscua.
Além disso, muitos ainda mantêm uma postura machista em seus relacionamentos tratando suas esposas com opressão e subjugando-as.
Em grande parte se reproduz os valores da sociedade branca racista e machista que diz que a mulher deve cuidar de afazeres domésticos e do cuidado das crianças deixando que os homens cuidem do resto.
No geral os homens são visto como o sexo “forte e dominante” (imposição da babilônia), o que leva geralmente, dentro desta sociedade imposta, os homens a desempenharem papeis como: machão, autoritário, mulherengo, precisam ter várias mulheres para serem vistos como verdadeiros homens.
Os homens são seres influenciados pelo meio em que vivem. O sistema capitalista com sua ideologia dominante que dita como os homens devem ser, o que eles devem defender, quais são seus valores e quais relacionamentos eles devem estabelecer com outros grupos.
Influenciados pelo sistema que a todo o instante dita comportamentos para os homens, comportamentos estes que têm sua base fundamentada nas relações de gênero.

“Gênero é um empreendimento realizado pela sociedade (capitalista) para transformar o ser macho ou fêmea em homem ou mulher” (Lima Junior, 2001.p.1). “Nesse sentido, gênero é uma construção social. Já que para transformar um bebê em homem é preciso investimento social”.

Esses investimentos com certeza são bem diferentes dos propósitos que Rastafari tem para as vidas dos homens e das mulheres.
Ter uma postura de um homem Rasta é adentrar em um mundo de paz interna, paz com seu próximo e principalmente com a natureza. Pois quando Rastafari criou a terra ele deu para o homem (Rasta) a incumbência de dar nomes aos animais, as plantas e a todo o ser vivente da terra.

“Havendo, pois, Rastafari ter formado da terra, todo o animal do campo, e toda a ave do céu, os trouxeram a Adão, para este ver como lhes chamaria, e tudo o que Adão chamou, a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.” (Gênesis 2:19)

Fazendo hermenêutica de Gênesis 2:19 percebemos que o homem possuía uma certa harmonia com a natureza (harmonia esta que foi perdida depois da desobediência do homem).
Sua Majestade Imperial Haile Selassie I, descendente direto da dinastia Salomonica, tinha essa harmonia, pois segundo alguns estudiosos(as) da fé Rastafari, Sua Majestade Imperial Haile Selassie I, Rastafari tinha o hábito de falar com os animais (um exemplo de harmonia com a natureza).
Distantes da vivência natural, influenciados pelo contexto sócio-cultural em que se inserem, alguns homens que se dizem Rastafari têm posturas totalmente equivocadas principalmente com relação às suas companheiras (Rainhas), eles conseguem reproduzir toda a estrutura machista opressora imposta pelo sistema capitalista, o sistema babilônico, muitas vezes impedindo que elas acessem o estudo e a vivência Rasta e não participem de reuniões, celebrações e outros espaços.
A Mulher têm suas funções sim, e é muito importante que ela esteja presente na educação de seus filhos, no cuidado de seu lar, e da alimentação de sua família, mas de forma alguma isso é função somente dela, ou isso a impede de estar em outros espaços. E não podemos agir como na babilônia, onde os homens ‘ajudam’ suas esposas no trabalho doméstico e no cuidado da criança, pois essa noção de ‘ajudar’ somente reforça uma separação de funções baseada em uma educação ocidental, que não se baseia em uma ancestralidade africana. Para os ‘Rastas’ que assim tratam suas esposas, com traição, reclusão e calando suas vozes e ações, perguntamos onde vivenciam a Supremacia Preta em seus relacionamentos, pois, ao que nós parece, isso é apenas uma reprodução dos hábitos dos homens brancos.
Além disso, muitos desses homens, quando se deparam com Mulheres com poder sobre seus atos, autodeterminação, autoconhecimento, e entendimento do Exemplo de SMI Imperatriz Menen, não agüentam o Fogo das Leoas, tentam calá-las utilizando-se de estereótipos machistas, e tratam logo de afastar suas esposas mais ‘mansas’ pra não serem influenciadas.
Isso não é um problema entre Rastas somente no Brasil, veja o depoimento de um Irmão Rastafari das Ilhas Virgens:

“Freqüentemente é dito às filhas Rastafaris que a mulher não deve ser vista e nem ouvida, que o trabalho de mulher seria ter bebês e que ela deveria ficar omissa nas congregações. Como pode um homem clamar o amor de Haile Selassie I, e ainda negar à sua mulher, irmã, mãe, filha, princesa, ou rainha de glorificar Haile Selassie I, com palavra-som e Ises com sua própria boca? É hipócrita! Irmãos, Eu insisto aos Eu’s para assumir o controle da I irits com verdades e direitos. Eu&Eu deve eliminar a escravidão dos Eu&Eu lares onde a mulher é considerada uma propriedade do homem. Chega de usar e abusar física e mentalmente das irmãs. Em vez disso, Eu&Eu deveria encorajá-las a completarem-se no ensinamento de Haile Selassie I, a adquirirem conhecimentos e habilidades que seriam valiosos para ela e sua família, i.e., escola ou uma profissão. Irmãs não são encorajadas a congregar e refletir, entre si, para estudos bíblicos e concretização do seu caminho. Quando irmãs tornam-se sábias, conscientes, com entendimento, se opõem ao tratamento negativo que eles as dão, utilizando os ensinamentos de Haile Selassie I como a sua força. Alguns irmãos também temem que, quando suas irmãs se reunirem com outras mulheres Rastafaris, o comportamento imoral e injusto deles será exposto. Irmãos, se você fizer o bem só o bem será falado de Eu. Lembrem-se, nunca é demasiado cedo ou tarde para um banho de chuva. Nunca é demasiado tarde para mudar.” (trecho de “Um Lugar para Mulher Rastafari” - por Ras Abede – extraído de “EU&EU Realidade Rasta - Especial Mulher RastafarI”)

Mas a grande especificidade que nos causa preocupação aqui no Brasil, é que essa postura vã desses supostos Rastas acaba afastando muitas mulheres da vivência, achando que a postura desses homens tem algo a ver com a real postura do Homem Rasta, ou que a posição imposta por eles para às mulheres tem algo a ver com a real posição da Mulher Rastafari, das Rainhas Pretas na vivência Eu&Eu.
É por isso que temos tão poucas famílias e comunidades Rastas no Brasil, mesmo depois de aproximadamente 30 anos de Movimento Rasta no país e meio século da visita de SMI Haile Selassie.
Sua Majestade Imperial I deu vários exemplos de como deve ser restaurada a harmonia que os homens perderam em relação às mulheres. Um dos exemplos foi quando Sua Majestade Imperial Haile Selassie I foi coroado Imperador da Etiópia em 1930, juntamente com ele a Imperatriz Menen também foi coroada, quebrando toda uma estrutura estabelecida pela babilônia, em relação a nós mulheres.
Segundo os critérios da Babilônia quando um homem se torna presidente de um País, governador de um Estado ou prefeito de um Município, a sua companheira (esposa) se torna ‘primeira dama’. Para Rastafari nós mulheres somos mais que primeiras damas.
Nossa crítica se torna relevante quando percebemos dentro do movimento Rastafari no Brasil a falta de diálogo e companheirismo no meio dos casais, pois partindo principalmente dos homens, sendo eles atingidos pelos os propósitos da babilônia em relação às suas companheiras; quando impõem comportamentos, ditam regras dizendo como a mulher tem que se comportar, se colocando em alguns casos como donos (como se essas mulheres fossem propriedades deles).
Como se nós mulheres não fossemos portadoras de uma sabedoria que vem do alto (Selah), como se nós mulheres fossemos incapazes de tomar certas decisões, como se nós mulheres fossemos seres descartáveis, sempre tendo outra para ser colocada no lugar caso não correspondam a suas expectativas. Expectativas essas que ás vezes não são bem definidas nas cabeças deles.
Gostaríamos de dizer a esses homens que atentem-se para suas atitudes, e lembrem-se que JAH tudo vê, e que sempre há tempo de se arrepender e começar a tratar suas esposas e Irmãs de forma mais digna e respeitosa.
Para as mulheres que estão na busca de RastafarI, ou mesmo para aquelas que encontram barreiras em se aproximar em função de tudo já referido, que a verdadeira posição da Mulher em Rastafari é como Rainha Mãe da Criação, que dá vida, rege e harmoniza todas as coisas, ela dá a sustentabilidade, a instrução e o exemplo da retitude, ela ampara e traz luz para seus Irmãos, filhos e esposo, ela tem um papel fundamental na vivência. A Mulher Rasta não é limitada ou oprimida, ao contrário, ela é a única possibilidade real de libertação, pois está conectada diretamente com sua essência Omega na Mãe Terrena, ela sabe quem é, de onde veio e para onde vai. Valoriza sua beleza natural independente de indústrias de moda cosméticos, consumismo e alteração do corpo. Ela não depende de nenhuma droga para viver, só se alimenta da vida, é uma Mulher Sagrada e purificada, renascida no Amor Incondicional do Cristo Vivo.
Por isso Irmãos e Irmãs, não se deixem confundir com as ilusões que a babilônia traz todos os dias a respeito de RastafarI. Quando quiserem realmente saber o que é um Homem e uma Mulher no real exemplo, olhem para o Exemplo absoluto, o Casal Imperial, Rei Alpha Rainha Omega, Haile Selassie I e Imperatriz Menen, que no perfeito equilíbrio reinam para todo sempre nos corações de EU&EU, e nas vidas daqueles que seguem o Seu exemplo em todos os aspectos, plenamente.
Não queremos aqui estar isentando alguns erros que nós mulheres possamos cometer. Mas precisamos abrir um diálogo mais profundo no meio do movimento Rastafari para discutirmos essas questões, sem problemas, com nossos corações abertos para mudanças, se assim for necessário, pois quando não discutimos alguns assuntos que são pertinentes, eles se tornam naturais no meio de nós, é o caso da questão das mulheres, que já se tornou natural alguns comportamentos em relação a nós dentro do movimento Rastafari.
Selah!
Haile Selassie é o caminho. Imperatriz Menen, o exemplo.
 
 
Postado por: Omega Nyahbinghi

EDUCADORES RASTAFARIS E A LEI 10.639

África – Brasil, por uma Real Educação


"Uma das coisas que vai nos ajudar, é a independência da África. Um dos motivos de nunca termos nos organizado é que odiamos a nossa imagem africana. A África esteve nas mãos de pessoas que criaram uma imagem negativa e odiosa da África. Sendo odiosa, nós não quisemos nos identificar com ela. Agora que a África está ficando independente, criando uma imagem positiva de si mesma, nós podemos olhar para ela e nos identificarmos com ela. Nós ficamos orgulhosos do nosso sangue africano."
(Malcolm X)

A obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nos ensinos fundamentais e médios, por muitas décadas e séculos, foi almejada pela luta de resistência africana e afro-descendente no Brasil. Hoje é uma realidade legal através da lei 10.639. Apesar de estar em vigor desde 2003, sua aplicação ainda é muito incipiente no cotidiano escolar. Até mesmo o dia da consciência negra é de pouca expressão ou inexistente do cronograma das escolas e dentro das salas de aula. O 20 de novembro é um dia instituído nacionalmente como dia da consciência negra, data em que Zumbi lutou até a morte pela liberdade de seu povo.
Arrancados à força de suas sociedades originais, os africanos também foram proibidos por lei de acessar mesmo a educação eurocêntrica até algumas décadas atrás, sendo que ainda no século 20, mesmo que não sendo proibida, alguns professores ainda poderiam optar por educar ou não uma pessoa negra. Se não fossem as reivindicações e conquistas por cotas étnico-raciais, os negros ocupariam ainda 2% das vagas nas universidades públicas.
Quando se exclui uma camada social que possui uma determinada origem também se desqualifica os seus valores, cultura, hábitos e tudo que estiver relacionado a ela. No caso, quando se joga para as periferias ou morros as pessoas de descendência africana, se faz um duplo trabalho de opressão e extermínio: o físico (tanto em termos de invisibilidade como de mortandade, visto a inacessividade a recursos financeiros, de saúde, entre outros); como também se busca eliminar a bagagem sócio-histórica e cultural desse grupo. Se não se consegue eliminar totalmente, passa a ser de segunda, terceira, ou quinta categoria, sejam as pessoas, sejam suas culturas e ancestralidades.
Nesse sentido, para haver uma real inserção da cultura e da história africana e afro-descendente na realidade escolar e social brasileira, se deve pensar criticamente sobre a posição e papeis que foram impostos às pessoas negras e o que foi feito com sua auto-estima pessoal e social, durante séculos de exclusão e desqualificação.
Na construção das formas de aplicabilidade da lei 10.639, sejam em espaços escolares, sejam em situações educacionais extraclasse, deve-se tomar o cuidado constante de que essa aplicabilidade não venha descolada do contexto histórico e atual em que as relações humanas racialmente discriminadoras se dão. Nesse sentido, devemos também levar em conta que tipo de materiais didáticos e pedagógicos se utiliza para a construção e transmissão desse conhecimento. Trataremos a história africana da mesma forma que a história ocidental? A mesmas estruturas de pensamentos e exposição eurocêntricas serão usadas para falar das culturas e pensadores africanos? O conteúdo a ser passado deverá atender a um molde científico também de padrão ocidental?
A África é o continente onde se originou a vida humana, a origem das civilizações, do conhecimento se deram nesse continente, assim como inúmeros pensadores, intelectuais, cientistas e sábios com outras denominações não muito aceitas como referências acadêmicas. Nó último século, são inúmeras as referências de intelectuais, de diversas áreas, africanos e da diáspora negra que podem tornar possível que se construa não só materiais didáticos, como também formas realmente afrocentradas de aplicabilidade da lei.


O ponto que EU&EU Rastas podemos e muito contribuir é justamente esse, em construir mecanismos pedagógicos e materiais didáticos afrocentrados, construídos a partir de uma educação e moral de matriz africana enriquecer o acervo cultural e histórico disponível sobre África, principalmente o Império Etíope. Dessa forma colaborando também para a elevação da auto-estima da população afrodescendente e reestruturação dos papeis e posições sociais racialmente excludentes que ainda persistem.


Quando um afro-descendente toma conhecimento sobre as importantes figuras que fazem parte da história, culturas e lutas preto-africanas, ele passa a ter referências de possibilidades sobre sua própria vida, isso influencia em sua auto-estima, em suas decisões, no rumo que sua vida pode levar. É isso que de fato acarretará mudanças se esta lei for de fato aplicada.





A história da Etiópia é de fundamental importância para o acervo histórico, biográfico, cultural e intelectual dos brasileiros em especial os negros. Conhecer a história Etíope desconstrói diversos mitos de uma África tribal, canibal, selvagem, pois traz a tona milhares de anos de história de um Império que é mais antigo do que todos os reinos e países europeus, repleto de nobres, reis, rainhas, imperadores e imperatrizes, sacerdotes e monges, batalhas, guerras políticas e religiosas, histórias da linhagens de reis que remete a templos e passagens bíblicas, acervos de manuscritos antigos, artefatos religiosos, templos e igrejas exuberantes que espantam por suas incríveis e originais construções.





A história da Etiópia revela uma África diferente de tudo que é ensinado e construído comumente no imaginário brasileiro. Mostra uma nação africana com independência e autoridade sobre seu governo. A história contemporânea da Etiópia, no século 20, se mostra ainda mais fundamental de conhecimento da população negra no mundo. Pois foi após séculos de escravização e descaracterização que a população negra, ao olhar para África a viu sendo ainda mais violentada e ofuscada pelo colonizador. No momento em que se poderia estar buscando essa referência tornou-se ainda mais difícil pelas imposições culturais e lingüísticas por quase todo continente.
Nesse sentido conhecer sobre a história recente da Etiópia, sobre o governo de Haile Selassie e suas relações com a luta da resistência negra em diáspora pela América, em especial com o Honorável Profeta Marcus Mosiah Garvey e posteriormente com o advento do Movimento Rastafari, é proporcionar uma possibilidade de resistência, liberdade, identidade africana real a pretos e pretas.
(Texto organizado por Luísa Benjamim)




“Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. § 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. [...] O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como 'Dia Nacional da Consciência Negra'.” (LEI Nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003)
 
 
Postado por: Omega Nyahbinghi